Graus de Jurisdição da Justiça Brasileira
Os graus de jurisdição representam os níveis hierárquicos dentro do Poder Judiciário pelos quais um processo pode passar, desde a sua entrada até a decisão definitiva.
Autor: Edmilson Galvão Publicação: 12/05/2025 Atualização: 12/05/2025

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Você sabia que uma mesma causa pode ser analisada por mais de um órgão do Judiciário? Isso acontece por causa dos chamados graus de jurisdição, uma das garantias fundamentais do processo justo no Brasil.
Entender como funciona essa hierarquia é essencial para compreender o caminho que um processo percorre até a decisão final.
1 - O Que São Graus de Jurisdição?
Os graus de jurisdição representam os níveis hierárquicos dentro do Poder Judiciário pelos quais um processo pode passar, desde a sua entrada até a decisão definitiva.
Essa estrutura garante que uma decisão judicial possa ser revisada por um órgão superior, evitando erros e promovendo maior justiça.
A Justiça brasileira está organizada basicamente em três graus de jurisdição:
1.1 - 1º Grau de Jurisdição – Justiça de Primeira Instância
É o ponto de entrada do processo judicial. Aqui, o juiz singular (um único magistrado) analisa os fatos, recebe as provas, ouve testemunhas, julga os pedidos e profere a sentença.
Quem julga são ps Juízes de Direito (Justiça Estadual), Juízes Federais, Juízes do Trabalho, entre outros.
Possuem a competência para julgamento do mérito da causa, instrução do processo, concessão de liminares, produção de provas.
Exemplo: Uma ação de cobrança ajuizada na Vara Cível de uma comarca é decidida por um juiz de primeira instância.
1.2 - 2º Grau de Jurisdição – Justiça de Segunda Instância
É a fase recursal. Se uma das partes não concordar com a decisão da primeira instância, pode apresentar um recurso (ex: apelação), que será analisado por um colegiado de desembargadores em um tribunal.
Quem julga são os Desembargadores dos Tribunais de Justiça (TJs), Tribunais Regionais Federais (TRFs), Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), entre outros.
Possui competência para revisar decisões de juízes de primeira instância, podendo manter, modificar ou anular a sentença.
O 2º grau não reanalisa provas com a mesma amplitude da 1ª instância, mas pode corrigir erros de interpretação da lei e da análise dos fatos.
1.3 - Instâncias Superiores – STF e STJ (Não São um "3º Grau")
Embora muitos se refiram ao STF e ao STJ como “terceira instância”, tecnicamente eles não integram o terceiro grau de jurisdição, pois não reavaliam fatos ou provas, mas sim questões jurídicas e constitucionais.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) uniformiza a interpretação da legislação federal em todo o país. Julga recursos especiais (REsp).
Já o Supremo Tribunal Federal (STF) atua como guardião da Constituição Federal. Julga recursos extraordinários (RE), ações diretas de inconstitucionalidade, entre outros.
Ambos são instâncias excepcionais e não reexaminam o mérito da causa, mas corrigem distorções na aplicação da lei
2 - Conclusão
A estrutura dos graus de jurisdição é um dos pilares do processo justo no Brasil.
Ela assegura que nenhuma decisão judicial seja definitiva sem a possibilidade de reexame, dando mais segurança às partes e confiabilidade ao sistema.
Conhecer essa hierarquia permite que advogados e cidadãos saibam onde e como atuar estrategicamente, especialmente na interposição de recursos e na defesa de direitos.
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Escrito por:

Possui mais de 10 anos de experiência atuando como perito contábil do juízo em varas da Justiça Federal, Estadual e da Justiça do Trabalho além de atuar como consultor em matéria de cálculos judiciais para Escritórios de Advocacia, Empresas e Advogados.